Pense Nisso. Apoiar Projetos é Bom, Mas Fortalecer Instituições é Muito Melhor

Organizações da Sociedade Civil (OSCs) frequentemente enfrentam desafios para garantir recursos que lhes permitam continuar operando e cumprir sua missão. O Censo GIFE 2020 revelou que a maior parte dos recursos repassados a terceiros para programas específicos, não têm, necessariamente, fortalecido as OSCs de forma sustentável.

No cenário do Terceiro Setor há uma crescente percepção de que apoiar projetos específicos de organizações sociais, embora importante, não é tão eficaz quanto investir diretamente no fortalecimento institucional dessas organizações. Apoiar instituições sem fins lucrativos, de forma abrangente, é crucial para a sustentabilidade e a eficácia a longo prazo dessas entidades, que desempenham papel vital na promoção de transformações sociais e na luta contra desigualdades sistêmicas.

Este tipo de financiamento, focado em projetos pontuais, limita a capacidade das OSCs de desenvolverem estruturas sólidas e sustentáveis. O apoio institucional, ou seja, aquele não vinculado a projetos específicos, embora tenha crescido, ainda representa oportunidade menos explorada do que deveria para fortalecer a sociedade civil.

Esse tipo de apoio permite que as OSCs invistam em sua própria capacidade administrativa e estratégica. É crucial que a “máquina” da organização funcione, assegurando sua existência e capacidade de ação e isso inclui gestão administrativa, política e financeira, comunicação institucional e captação de recursos.

Apoio institucional inclui também suporte técnico, consultorias independentes, oportunidades de networking e intercâmbio, envolvimento em seminários e iniciativas para aumentar a visibilidade das causas defendidas.

Para os financiadores, apoiar o fortalecimento institucional de suas organizações beneficiárias é uma estratégia que alinha visões e propósitos, fortalecendo o ecossistema das organizações e permitindo que elas ampliem sua influência e representem efetivamente os interesses públicos.

CONFIANÇA – Para isso ocorrer com segurança, uma abordagem de confiança entre doadores e beneficiários é fundamental. Para conquistar a confiança de grandes e médios doadores, as OSCs devem seguir algumas práticas recomendadas:

  1. Alinhamento Institucional: Assegurar que os objetivos e valores da organização estejam em sintonia com os dos doadores.
  2. Simplificação dos Relatórios: Reduzir e simplificar os instrumentos de prestação de contas para que não se tornem um fardo excessivo.
  3. Plano Estratégico: Desenvolver um plano estratégico claro que defina objetivos e resultados esperados no curto e médio prazo.
  4. Diálogo e Feedback: Manter um diálogo ativo com os doadores para ajustar expectativas e esclarecer quaisquer discrepâncias.
  5. Disposição para Colaboração: Estar aberto a colaborações que possam fortalecer a capacidade institucional e expandir o impacto das ações.

Ao adotar essas práticas e desenvolver uma relação de confiança com os doadores, as OSCs podem garantir sua sustentabilidade e capacidade de transformar a sociedade de forma significativa e duradoura. (S.R.).

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