(Valor Cultural cumpre aqui um de seus propósitos – dar visibilidade a projetos transformadores, que possam fazer diferença no mundo em que vivemos. Esse é um.)
“Quero convidar todo mundo do mercado, não tem concorrência nisso. A gente tem que se unir, as agências… a gente concorre por trabalho, a gente concorre por conta, mas a gente tem que se unir, dar voz, dar espaço para essas pessoas, se não a gente não vai fazer diferença nenhuma nesse mundo onde a gente está”.
O surpreendente nesse projeto, além do alcance de propósito e eficácia da execução, está na sua origem – agências de propaganda ou aceleradoras de negócios habitam universo próprio, onde os desejos se concentram em embalar ideias e conquistar novos clientes, e quando uma delas fura a bolha e estende seus interesses em ações que abraçam causas sociais, o adjetivo inicial aplicado nesse parágrafo ganha sentido.
O Projeto Circulando nasceu do incômodo que uma profissional de marketing e publicidade sentia com o desperdício de resíduos como madeira, carpetes, lonas e tantos outros que iam pro lixo após os eventos. E ele se transformou em outra coisa, maior e mais digna.
![](https://valorcultural.com.br/wp-content/uploads/2022/09/Fabiana-Baraldi-e-Fabiana-Schaeffer-2.jpg)
Durante quase uma hora conversei com duas Fabianas – a Schaeffer, que é co-fundadora da Netza&CO e coordenadora do projeto, e a Baraldi, que se juntou ao Circulando para desenvolver o Li.Belo, programa que compartilha conhecimento de cada área da Comunicação como mídia, atendimento, produção, design, conteúdo e social, com pessoas que a sociedade não ofereceu oportunidade de apresentar um currículo que lhes permitissem concorrer a uma vaga de emprego nesse mercado de trabalho. Seu público-alvo é composto por pessoas declaradas como pretas, pardas, trans e todas 100% LGBTQIA+.
A frase do topo dessa matéria foi dita por Fabiana Schaeffer e o Projeto Circulando é uma unidade de negócio da Netza&CO.
Aprender. Receber. Devolver. Esse é o mantra da Li.Belo, que tem o propósito de “devolver através do compartilhamento de conhecimento”. É um curso base, mas não básico, voltado para quem busca oportunidade, mas tem pouco acesso à capacitação, como jovens que concluíram o ensino médio na rede pública de educação ou como bolsista em colégio particular, e membros de comunidades como Publicitários Negros, 100% TransEmpregos, Coletivos LGBTQIA+, Instituto Brasileiro Trans de Educação, TransEmpregos.
O que vocês vão ler a seguir são extratos da entrevista com as duas Fabianas, onde contam detalhes dos dois projetos, acompanhados de trechos gravados de nossa conversa. No final da matéria entenderão por que demos tanta importância a essas iniciativas.
EDUARDO MARTINS – Gostaria que fizesse um resumo da ideia do Projeto Circulando, porque fizeram, como ele funciona e os objetivos que querem alcançar.
FABIANA SCHAEFFER – O projeto Circulando começou com um incomodo meu; além de fazer marketing e publicidade a gente faz muitos eventos que geram uma quantidade de resíduos incalculável. Então, há 22 anos, quando comecei a trabalhar com isso, já me gerava incômodo enorme e resolvi não participar mais dessas montagens porque me incomodava, mais do que as montagens, porque o desperdício era 100%.
Eram vários itens como madeiras, carpetes, lonas, pode imaginar o que gera de desperdício, de lixo que a gente gera. E aí, como os olhos não veem o coração não sente, resolvi não fazer mais. Até 2015, quando senti que não poderia tapar os olhos para uma realidade que está aí e senti que precisava fazer alguma coisa.
Então em 2016 nasceu o projeto Circulando com o objetivo de ressignificar o ESG quando nem se chamava ESG. A gente não recicla nada; a gente ressignifica os resíduos. Por exemplo, eu transformo lonas em mochilas escolares que vão ser doadas para crianças com necessidades, que não têm materiais para ir à escola para fomentar a educação. Então, já em 2016, a gente começou a ressignificar esses resíduos que a gente gerava, tratando tanto o E quanto o S. Aí nos juntamos com vários pares, para vários projetos, para que pudesse fazer sentido a nossa existência aqui, tanto pra gente quanto para os nossos clientes porque eles também precisam de alguma coisa, também precisam fazer e não fazem. Então a gente se sentiu na obrigação de fazer alguma coisa.
Durante a pandemia a gente construiu escola para crianças em um bairro de Osasco (SP), que vivia em extrema pobreza, brincando em cemitério, com problemas de saneamento básico e isso vem fazendo parte de nosso dia a dia até que, em 2021, a Fabiana nos trouxe o projeto maravilhoso da Li.Belo que a gente apoiou, assim como todos esses outros que já te contei.
Então a ideia do projeto Circulando é ressignificar a nossa realidade. É trazer como responsabilidade a compensação dos custos que a gente faz tanto para a natureza quanto o social e com a governança interna. Então esse é o nosso objetivo com o projeto.
PARA OUVIR
EM – E o Li.Belo, nasceu por quê?
FABIANA BARALDI – O Li.Belo nasceu de uma vontade também de ressignificar dentro da educação, compartilhar conhecimento para pessoas que não teriam condições, em que o currículo não chegaria até o ambiente de trabalho e o ponto de partida foi agências, anunciantes e veículos de comunicação.
O piloto aconteceu em 2019. Foram 80 inscritos de um projeto que a primeira vez foi eu bancando essa história toda e quando eu vi tinha 80 escritos, nós selecionamos 10 e, desses 10, 80% foram compostas por pessoas declaradas como pessoas pretas e pardas, pessoas trans e todos 100% LGBTQIA+.
Foram 56 horas de treinamento, 8 sábados, com 6 horas de duração e que tinha uma ementa que passava por cada área da comunicação: mídia, atendimento, produção, criação, design, conteúdo e social. Ao término desse primeiro curso os estudantes passaram dois meses sendo acompanhados, foi no comecinho da pandemia e então a gente teve uma barreira dentro desse contexto, mas alguns deles já foram para o mercado de trabalho.
E quando eu conheci a Fabiana, e ela me contando sobre o projeto Circulando, essa premissa de ressignificar realidades e a educação ser um dos pilares foi uma combinação muito feliz, tanto dela por abraçar o projeto e eu por entender que o projeto Circulando tem como pilar educação e, é isso, ressignificar realidade 100% atrelado ao Li.Belo.
O princípio da Li.Belo é aprender, receber e devolver. Esse projeto já conta mentores e palavreadores do Google, da Accenture, da Kwai, Tik Tok deve entrar, Facebook agora, a gente tem Waleska, a gente tem uma série de pessoas voluntárias que, por acreditarem no projeto, já estão se voluntariando.
Faz parte do Circulando fazer um esforço muito grande, e esse foi até um input da Fabiana, a gente fazer um esforço usando nossa rede para que cada um desses aprendizes seja acolhido por uma empresa durante doze meses, dentro de um contrato com essas empresas para que essas pessoas possam colocar em prática esses aprendizados.
São sete encontros e o último será em 1º de outubro.
PARA OUVIR (Houve uma queda da conexão nesse trecho, logo retomada, que preferimos manter sem edição).
EM – Como foi o primeiro?
FB – Dos 80 inscritos, 10 foram selecionados, nove foram até o final. A única coisa que esses aprendizes tinham que bancar era o transporte. Nove terminaram porque um mudou de cidade e não pode concluir o estudo, mas metade foi encaminhada para o mercado de trabalho, inclusive um deles está trabalhando nesse momento; o ecossistema contratou ele para fazer toda a captação de imagem e vídeo e edição porque é um dos aprendizes que seguiu nessa área de audiovisual.
A gente contratou também, como parte de nosso princípio. Palavreadores que participaram, pessoas de agências, pessoas do Google, algumas pessoas falaram “olha, foi a primeira vez que eu dei uma mentoria, uma palestra onde eu era minoria; estava ali em outro contexto. Como a maioria era de pessoas trans, isso foi um choque transformador.
PARA OUVIR
EM – Como foi feita essa seleção?
FB – Ela foi inserida em alguns fóruns. No Trans Empregos, no Negros da Publicidade, ela foi colocada em alguns fóruns de educação, dentro de alguns grupos do Instagram. A gente fez parcerias com alguns veículos, páginas do Instagram de educação, mas páginas de educação que estivessem alinhadas à comunicação e propaganda.
PARA OUVIR
EM – Que conteúdos são inseridos no curso?
FB – Como criar conteúdo para redes sociais com linguagem de acordo com diferentes segmentos. Por exemplo, a gente vai ter uma criadora de conteúdo que é uma sumidade dentro dos reels do Instagram e ela vai ser uma mentora.
Tem outro que são só sobre canais de mídia. Quais são os canais de mídia dentro do Brasil, falando de todos os diferentes meios – TV aberta, fechada, os meios offline e digital. A gente tem dois profissionais ministrando e levando esse tipo de conteúdo.
A gente separou dias para alguns temas como esses. Por exemplo, no dia da criação a gente separou o tempo da manhã para falar sobre design, falar sobre a importância do design, sobre cor e fonte. À tarde a gente vai mostrar o que é a criação sob o ponto de vista de campanha, de storytelling e a gente termina com uma hora do dia onde esses aprendizes vão se exercitar.
PARA OUVIR
EM – E para o Projeto Circulando? As pessoas mandam os projetos para vocês, vocês criam os projetos? Como funciona?
FS – É tudo bastante orgânico. Os projetos às vezes chegam; às vezes os próprios voluntários trazem …. o projeto Circulando é totalmente voluntário dentro do sistema da Netza, então as pessoas às vezes entram em contato com algum projeto, acham interessante trazer. Tem espaço pra todo mundo, a gente discute e vê o que a gente pode fazer dentro desse projeto, o que a gente pode oferecer de diferente.
No caso da Li.Belo, quando a Fabiana nos trouxe, a gente entendeu que tinha muito fit com o que a gente faz. A gente tem profissionais que a gente pode agregar, temos espaço, temos conexões, então fazia muito sentido pra gente abraçar o projeto. Então ele vem de todos os lados. Tanto a gente recebe projetos para ajudar como a gente procura projetos que tenham fit com o que a gente faz, podendo fazer a diferença. A gente não quer fazer alguma coisa que a gente não possa fazer a diferença. Por exemplo, no Projeto Caju a gente ressignificou essa escola, a gente preparou essa escola para que ela ande sozinha, que não dependa da gente.
Porque os projetos precisam ser autossustentáveis, porque se a gente depender só de um padrinho ele morre no futuro. Ele tem de ganhar corpo, ele tem de ganhar formas de sobrevivência e é isso o que a gente faz. A gente ressignifica, a gente faz toda a parte para ajudar na construção dele e depois a gente entrega ele de forma a que possa se sustentar. Porque só dessa forma ele pode perpetuar, senão ele morre.
PARA OUVIR
EM – O que vocês fizeram no caso do Caju? Como vocês contribuíram?
FS – No caso do Caju a gente fez toda a construção do espaço, o espaço era um negócio de madeira, sem saneamento e sem infraestrutura, então a gente transformou aquilo numa sala de aula, com salão, cozinha, banheiros, para que as crianças realmente pudesse usar aquele espaço. Fizemos uma parceria com o Instituto Presbiteriano, que é o mesmo Instituto do Mackenzie, então a gente trouxe a parte pedagógica pra eles, estruturada com o Mackenzie, porque eu não sou de educação, então eu precisava trazer algum parceiro de educação que abraçasse a ideia tanto quanto eu, então trouxemos ele pro projeto e montamos um case de estudo, fizemos a parte de marketing, para vender para as empresas do entorno para que elas bancassem o dia a dia dessa escola.
Porque é só dessa forma que ele vai se sustentar. Porque ele precisa dar comida para essas crianças todos os dias, por mais que tenham voluntários, existem custos que eles precisam resolver. E as empresas do entorno são tão ou mais responsáveis em manter essas crianças do bairro onde os pais provavelmente trabalhem lá ou são responsáveis pela segurança do público em geral.
Então isso é ressignificar e é autossustentável. Hoje a gente dá mentoria, tira algumas dúvidas, mas eles se sustentam – eles não dependem do Projeto Circulando. A gente agrega.
EM – Quantas empresas aderiram?
FS – Cinco. E estão até hoje. E o Mackenzie continua lá e dando cada vez mais aula e hoje tem lista de espera. Antes a gente tinha 40 crianças, atendidas duas vezes por semana; depois da reforma, da ressignificação que a gente chama, a gente tem 200 crianças por dia de segunda a domingo, todos os dias, incluindo adultos que têm aulas à noite. É um verdadeiro sucesso pro bairro como um todo e pra essa comunidade, que acho que é mais importante fazer isso funcionar de forma inteligente.
PARA OUVIR
(para conhecer o Projeto Caju veja o vídeo).
EM – Como as pessoas chegam em vocês?
FS – Os voluntários nos trazem muito projetos, vêm de todos os lados. Não tem um canal de conexão. A gente recebe bastante coisa que não tem a ver com a gente, então não dá para abraçar tudo. Eu adoraria, mas não dá.
PARA OUVIR
MERITOCRACIA – Um dos pontos que considero mais relevantes dessa conversa abrangeu um tema controverso: meritocracia. Ela partiu da frase de Fabiana Schaeffer, postada no início desta matéria, e caminhou para uma discussão sobre a disputa desigual que se instala quando um recrutador olha somente currículos e experiências anteriores dos candidatos.
Como pode haver uma disputa justa, uma disputa por meritocracia, quando um candidato passou a vida longe do acesso a uma boa educação, a uma boa formação profissional, carente dos privilégios que o próprio recrutador deve ter tido?
Fabiana Baraldi lembrou que alguns alunos chamaram atenção pelo fato de eles próprios estarem fornecendo informações aos palavreadores e mentores, “mas que vocês têm muito mais ferramentas para processar essas informações do que a gente”.
Lembrei-me do tempo em que comandava grandes equipes e o que priorizava durante uma entrevista – currículos, cursos, experiência deixava em segundo plano. No primeiro momento interesse maior estava na análise da pessoa, seu comportamento, seus desejos, sua ambição, na busca para perceber naquele candidato a chama do crescimento e do que disso resultaria caso fosse incentivado. Quando notava aquela chama, partia para a etapa seguinte, se houvesse algum diploma, curso para examinar, experiências anteriores. Quando nada disso havia, a percepção sobre a primeira etapa prevalecia: vamos apostar nessa pessoa ou não?
É óbvio que o sucesso de uma empresa depende da eficiência de seus executivos hoje – isso é imutável. Mas aquelas que aderem à agenda ASG por convicção devem abrir espaço para quem não teve chance de competir ou abraçar causa social que possibilite esse movimento. Isso já não é tão óbvio, mas necessário, especialmente pelo tempo em que vivemos.
Valor Cultural disponibiliza a todos a gravação desse trecho, em sua íntegra, porque, em muitos casos, palavras ditas têm mais peso do que as escritas.
Ouçam e avaliem.
*É Editor-Chefe de VALOR CULTURAL/Marketing Cultural e Perfil de Patrocinadores, que têm entre seus propósitos dar visibilidade a bons projetos ou ações, valorizar empresas que praticam patrocínios conscientes e apontar aquelas que fingem ser o que não são no campo da Responsabilidade Social.
SERVIÇO
Sobre o Projeto Circulando – O Projeto Circulando é uma Unidade de Negócio da NETZA&CO com foco em circular atitudes sustentáveis desde 2016. Composto por colaboradores voluntários da N&CO para criar ações que tem como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), o Circulando já fomentou 15 dos 17 ODS ao longo de 6 anos. Entre as principais atividades estão a construção de uma escola, doação de materiais de saúde e escolar para aldeias indígenas, plantação de árvores na região da Amazônia e reciclagem de sobra de materiais oriundos de eventos. Em 2019, a Netza Martech Agency, por meio do Projeto Circulando, recebeu o Prêmio ODS Rede Brasil do Pacto Global, tornando-se a primeira agência de comunicação brasileira a obter esse reconhecimento pela ONU. Mais informações pelo https://netzaeco.com.br/projeto-circulando/
Sobre o projeto Li.Belo: “A Li.Belo nasceu para mudar e melhorar a maneira de incluirmos mais diversidade no mercado de trabalho. Através da educação, queremos abrir portas no meio publicitário e dar oportunidades para quem não tem. E de mãos dadas com o Projeto Circulando ajudaremos a abrir caminho para aqueles que têm sede de aprendizado e divulgar o importante princípio de Aprender, Receber e Devolver.”, explicou Fabiana Baraldi, responsável pelo projeto e head de inovação e transformação da Netza&CO.
Com o propósito de “Devolver através do compartilhamento de conhecimento”, a Li.Belo é um curso base, mas não básico. O projeto é voltado para quem busca oportunidade, mas tem pouco acesso à capacitação, como jovens que concluíram o ensino médio na rede pública de educação ou como bolsista em colégio particular, e membros de comunidades como Publicitários Negros, 100% TransEmpregos, Coletivos LGBTQIA+, Instituto Brasileiro Trans de Educação, TransEmpregos.
Durante oito sábados, até o dia 1 de outubro, os voluntários do Projeto Circulando e da Li.Belo estarão juntos para ministrar aulas sobre diferentes assuntos do mercado de marketing e publicidade. As aulas terão participação de sete mentores e 16 palavreadores com experiência no segmento, que compartilharão suas histórias e experiências em áreas como Atendimento, Planejamento, Criação, Produção, entre outras.
O curso é totalmente gratuito e conta com uma carga horária de aproximadamente 48 horas. A primeira turma tem 10 alunos confirmados e entre os estudantes estão, principalmente, pessoas de baixa renda, negros e membros do LGBTQIA+.
Mais informações pelo https://libelo.me/ e https://www.instagram.com/projeto__circulando/?hl=pt-br
Sobre a Netza&CO – A Netza&CO é um ecossistema colaborativo que agrega marketing, tecnologia e inovação com inteligência de dados para potencializar experiências no mercado de marketing e comunicação com uma entrega full service. Sua missão é criar conexões e fomentar a transformação do mercado por meio da economia colaborativa. Inovação, tecnologia e sustentabilidade são os pilares que sustentam a atuação do ecossistema, que atualmente conta com 10 empresas para as quais oferece mentoria, cross de negócios, coworking, networking, eventos exclusivos e conexão com investidores.
Desde 2016 promove atitudes sustentáveis, como a construção do centro cultural do Projeto Caju para crianças em situação de vulnerabilidade, produção de mochilas feitas a partir das lonas de eventos e entregues para crianças de escolas carentes, confecção e distribuição gratuitas de mais de 150 mil máscaras. Mais informações pelo https://netzaeco.com.br/
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