O nome George Sand é um marco da literatura francesa; seus livros estão classificados entre as melhores criações dentro da arte de escrever romances. Mas George não era George e, mais que isso, nem homem era. Era mulher, uma baronesa.
Se as feministas hoje lutam pela igualdade de gênero, a vida era muito mais difícil para quem viveu até o começo do Século XX, quando elas não podiam votar, não podiam ser médicas (em muitos países), não podiam falar de política e, se falavam, nenhum homem ouvia.
Mulheres talentosíssimas nos brindaram com textos brilhantes, obras inesquecíveis, personagens que até hoje ainda encantam mesmo passado mais de um século após sua criação.
Mas teriam o mesmo sucesso se publicassem livros com seus verdadeiros nomes? Elas sabiam que não. Nem as outras mulheres levariam a sério, nem sua própria família levaria a sério, “pois onde já se viu mulher escrever livro?”.
Com base nesse tema a HP está lançando Original Writers, uma criação da Almap-BBDO que faz parte do projeto de comunicação da empresa. Ele consiste na reconstituição de capas de sete obras de sete escritoras do Século XIX e começo do Século XX, aplicando nelas o nome verdadeiro das autoras.
Abaixo você vai saber quem foi Amandine Lupin, Mary Ann Evans, Victory Béra e outras que tiveram obras consagradas sob pseudônimos e ver a capa de seus livros assinadas com nomes verdadeiros.
GEORGE SAND: Sob esse nome foi publicada a maior parte da obra de quem muitos consideram a maior romancista francesa. George Sand era Amandine Aurore Lucile Dupin, uma baronesa. Passou boa parte da infância em um convento, onde começou a se interessar por música e teatro. Iniciou suas atividades autorais em 1832, quando escreveu, sozinha (obrigada a usar um pseudônimo masculino para ser aceita no meio literário), o romance Indiana, seu primeiro livro, que foi também seu primeiro sucesso. O projeto da HP reproduz a capa de “Valentine”, onde George Sand dá lugar ao nome Amandine Dupin.
FERNÁN CABALLERO: Seu verdadeiro nome era Cecilia Böhl de Faber y Ruiz de Larrea, espanhola nascida na Suíça e filha de um cônsul. Adotou esse pseudônimo em homenagem à cidade do mesmo nome. O motivo, segundo ela, foi: “Gostei desse nome pelo seu sabor antigo e cavalheiresco e, sem titubear um momento, o enviei a Madrid, trocando, para o público, as modestas saias de Cecilia pelas genuínas calças de Fernán Caballero”. Escreveu dezenas de livros. A capa reproduzida pela HP é a de “La Gaviota”.
RAOUL DE NAVERY: Escreveu suas primeiras obras em prosa e poesia utilizando o nome de Marie David. Criada sob educação severa, foi em escola católica que iniciou seu interesse pela literatura. A partir de 1860 começou a escrever sob o pseudônimo masculino Raoul de Navery, que era o nome de seu avô. Francesa, seu verdadeiro nome era Eugénie-Caroline Saffray e sua obra tem fortes conotações religiosas e valores morais. A capa reproduzida pela HP é do livro “A Filha do Bosque”.
GEORGE ELIOT: A britânica Mary Anne Evans adotou o pseudônimo de George Eliot para assegurar que seu trabalho fosse levado a sério, mas também para evitar escândalo por sua relação com o jornalista George H. Lewes, um homem casado, que começou em 1854 e durou até a morte dele em 1878. Boa parte de sua criação foi em um convento e na escola de Mrs. Wallington, onde teve como professora a evangélica Maria Lewis, cujas primeiras cartas entre elas ainda se conservam. Essa relação não foi suficiente para manter sua convicção religiosa e passou a adotar um racionalismo intelectual, muito por influência dos filósofos Spinoza (Baruch Spinoza, holandês) e Feuerbach (Ludwig Andreas Feuerbach, alemão). Sabia latim, grego e alemão. A capa reproduzida pela HP é a do livro “How Lisa Loved the King”.
VERNON LEE: Nascida na França, filha de pais expatriados britânicos, Violet Page adotou esse pseudônimo oriundo, em parte, do nome de seu meio-irmão Eugene Jacob Lee-Hamilton, filho do primeiro casamento de sua mãe. Lembrada principalmente por sua literatura envolta por fenômenos sobrenaturais, tocava cravo e sua paixão pela música a influenciou para realizar sua primeira grande obra: Estudos do século XVIII na Itália (1880), país em que viveu a maior parte de sua vida. Feminista engajada, durante a 1ª Guerra Mundial adotou fortes convicções pacifistas e manteve relações passionais de longo prazo com Mary Robinson, Clementina Anstruther-Thomson e a autora britânica Amy Levy. Publicou também muitos relatos de viagens. A capa reproduzida pela HP é da obra “The Spirit of Rome”.
ANDRÉ LÉO: Victoire Léodile Béra utilizou em seu pseudônimo o nome de seus dois filhos gêmeos. Jornalista e feminista francesa, reuniu em sua casa um grupo denominado Sociedade para a Revolução dos Direitos das Mulheres. Lutou com os republicanos franceses, mas não apoiou a Comuna de Paris por considerar que suas ideias foram longe demais. Morreu em Paris, em 1900, após ter publicado numerosos romances, contos e ensaios, além de vários artigos e textos políticos. Suas ideias sobre questões sociais continuam atuais. A capa reproduzida pela HP é do livro “Les Deux Filles de Monsieur Plichon”.
PIERRE DE COULEVAIN: Este não foi o primeiro pseudônimo da escritora francesa Jeanne Philomène Laperche. Em 1898 publicara seu primeiro romance sob o nome de Hélène Favre de Coulevain, denominado A Nobreza Americana, vencedor do prêmio Montyon (o barão Jean-Baptiste de Montyon havia criado três prêmios, todos os três chamados de prêmios Montyon). Mas a partir de então passou a utilizar o nome de Pierre de Coulevain. Sua obra tem uma perturbadora forma autobiográfica, que muitas vezes confunde a escritora com o personagem do romance. No final do livro “O Romance Maravilhoso”, ela fez o autor Pierre de Coulevain morrer na Suíça, o que tem gerado muitos erros biográficos. A capa reproduzida pela HP é de “Eve Triumphant” (Eva Vitoriosa), publicado em 1900 e também vencedor do prêmio Montyon no ano seguinte.
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