O tempo anda meio turvo para os lados da Netflix, se é que um incremento de receita de 10% no primeiro trimestre de 2022 possa ser considerado mau sinal. Mas é, de certa forma, porque a previsão era faturar US$ 7,9 bilhões e entrou no caixa “somente” US$ 7,8 bilhões.
Mas o que anda assustando a gigante de streaming é que, ao lado da notícia boa, vieram duas ruins: a Disney acaba de anunciar que o número de assinantes de seus três serviços – Disney+, ESPN+ e Hulu – já superou o da Netflix e que no primeiro trimestre do ano a pioneira do serviço de streaming perdeu 200 mil clientes, levando as ações a um precipício calculado em 24% de queda no after-marketing, que em português pode ser traduzido como pós mercado – um período extra para negociar ativos após o final do pregão na Bolsa de Valores. E seu balanço aponta para o segundo trimestre uma perda projetada de 2 milhões de assinantes.
E boa parte disso pode ser atribuída ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ao invadir a Ucrânia provocou reações da União Europeia e Estados Unidos que levaram à saída das grandes empresas daquele País. Netflix suspendeu os serviços em março e de uma tacada perdeu uma base de 700 mil assinantes.
Sem contar que o compartilhamento de senha está cada vez maior e a empresa já pensa em formas de monetizar a entrega com publicidade, pois esta prática, calcula, está impedindo o ingresso de mais de 100 milhões de lares ao seu canal.
Mas, mesmo com esses percalços, a Netflix não deixa de ser uma companhia robusta – seu lucro líquido no trimestre foi de R$ 1,5 bilhão e a previsão de receita para o próximo período é superior a US$ 8 bilhões, mesmo com a provável perda de assinantes.