Em 2022, a receita líquida das 73 companhias agropecuárias analisadas por MELHORES E MAIORES, da revista Exame, somou 544,7 bilhões de reais, 34,4% mais do que o resultado registrado no ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 42 bilhões.
Em quase cinco décadas, a colheita de grãos no Brasil cresceu 577%, saltando dos 46,9 milhões de toneladas colhidas na safra 1976/1977 para os 317,6 milhões de toneladas estimadas para a safra 2022/2023, em novo recorde de produção, informou a revista.
Mas diante de tanta pujança, qual foi o comportamento dessas companhias quando se analisa seu envolvimento com a cultura brasileira? Afinal, mesmo tendo mecanismos à disposição que lhes permitem nada tirar do bolso para patrocinar projetos regionais ou nacionais, vemos intervenções condizentes com o tamanho de seu faturamento?
A resposta é não. Esse universo ainda é pouco explorado por produtores culturais, talvez por falta de um trabalho forte de convencimento para transmitir a elas a compreensão de que, como responsáveis pela alimentação de 200 milhões de pessoas no País, e outros tantos milhões no exterior, poderiam fazer mais não só em investimento financeiro, mas em fortalecimento da própria imagem institucional.
A JBS, maior empresa global de produção de alimentos à base de proteína, e segunda maior no ranking brasileiro, atrás apenas da Petrobras, mesmo obtendo R$ 16 bilhões de lucro líquido em 2022, e mesmo contendo 150 marcas à disposição, continua na firme disposição de não inverter um centavo em cultura, em esporte ou em nada que não seja ligado à gestão ambiental e bem-estar animal como mostra seu Relatório de Sustentabilidade. Exceção para algumas ações de educação desenvolvidas pelo Instituto JBS.
Informou a revista Exame que o lucro líquido da SLC Agrícola em 2022 foi de 1,3 bilhão de reais, e os ativos totais da companhia gaúcha somaram R$ 14,8 bilhões, mais do que o dobro dos ativos da segunda colocada (3Tentos Agroindustrial), com lucro líquido registrado de R$ 571,1 milhões. Pior foi a 3Tentos, que aplicou míseros R$ 100 mil.
O crescimento, indicou Exame, segue além das porteiras e contribui não apenas para o desenvolvimento rural mas também para o urbano. Ao longo dos últimos 50 anos, cidades inteiras nasceram e se desenvolveram com a ajuda de produtores desbravadores no Centro-Oeste, e hoje são centros importantes do agronegócio, como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop, todas em Mato Grosso.
Apontada como a nº 1 no setor de agro, qual foi o investimento em cultura feito pela SLC em 2023, utilizando o mecanismo que lhe permite abater todo o valor aplicado em um projeto cultural?
Em 2023, ano de recordes e R$ 1,3 bilhão de lucro líquido, aplicou em cultura somente R$ 1,8 milhão, mesmo utilizando a SLC Comércio de Máquinas como apoio. Valor menor do aplicado em 2022, quando utilizou R$ 3,2 milhões em sete projetos, entre eles Raízes da Economia e Sacola Literária.
Mas nosso levantamento não levou em conta apenas as companhias de agropecuária, mas também fabricantes de maquinários que permitem a eficiência daquele setor e elas se destacaram muito mais do que as somente de agro.
E quando se olha a lista desses dois setores, vê-se que, durante 2023, quem mais utilizou lei federal de incentivo foi uma gigante do setor de máquinas e equipamentos. A John Deere ficou na 5ª posição entre os maiores patrocinadores do ano (foi 3ª em 2022), com volume recorde de aplicação ao atingir a marca de R$ 40 milhões. Apoiou 64 projetos.
Em segundo lugar ficou a AGCO, multinacional norte-americana fabricante de máquinas agrícolas das marcas Challenger, Fendt, GSI, Massey Ferguson e Valtra.
Essa companhia parou de utilizar lei de incentivo em 2015, mas voltou ao patrocínio em 2022, e ainda mais forte em 2023, ao aplicar R$ 5,9 milhões em 16 projetos culturais, envolvendo artes cênicas, empreendedorismo, audiovisual, música e humanidades.
Nessa pesquisa da Marketing Cultural/Valor Cultural foram identificadas aquelas companhias que investiram mais em 2023 do que em 2022; as que investiram menos em 2023 do que em 2022 e aqueles utilizaram verba em 2022 e nenhuma em 2023.
Esse levantamento pode servir como norte para quem busca apoio para seus projetos, pois olhar para essas empresas é ver um universo que pode ser melhor explorado.
Simplificamos as respostas identificando as aplicações feitas nesses dois anos, atividade da empresa e seu perfil de patrocínio.
Veja abaixo.
INVESTIRAM MAIS (R$)
2022: 33.799.478
2023: 40.116.210
Quem é: É um dos maiores fabricantes mundiais de máquinas e equipamentos para a agricultura.
Perfil de patrocínio: É, de longe, a empresa desse setor que mais investe em cultura utilizando lei federal de incentivo. Em 2023 ficou na 5ª posição entre os maiores patrocinadores do ano. Apoiou 64 projetos, sendo 27 de Artes Cênicas, 15 de Artes Visuais, 5 de Humanidades, 4 de Audiovisual, 6 de Museus e Memória e 7 de Música.
A área de Museus e Memória perdeu por pouco para Artes Cênicas em volume financeiro, mas muito por conta das aplicações no Memorial da Evolução Agrícola, proposto pelo Instituto John Deere, que também colaborou com R$ 2 milhões.
Maiores investimentos individuais por área foram:
Artes Cênicas – Minha Primeira Infância, para implantar oficinas culturais em escolas públicas nos segmentos de musicalização, artes cênicas e contação de histórias. (R$ 1,3 milhão).
Artes Visuais – Duas edições dos planos bianuais do Instituto Brasil Solidário, que oferece ações formativas com oficinas de artes, pintura e desenho, teatro de bonecos, xilogravura, música, fotografia, rádio, oficinas criativas, incentivo à leitura e leitura na primeira infância. (R$ 1,7 milhão).
Audiovisual – Plano Anual Luz, Câmera e Ação Cultural! 2023, do Instituto Criar, que visa formar e inserir jovens em situação de extrema vulnerabilidade nas áreas do audiovisual e da tecnologia. (R$ 1,2 milhão).
Humanidades – ArteLab: Experiência Criativa – 2ª edição, que prevê produção e doação de um acervo composto por livros de cunho humanístico e materiais acessórios, que visam a contextualização e a formação no campo das artes plásticas. (R$ 934 mil).
Museus e Memória – Memorial da Evolução Agrícola (R$ 7,2 milhões).
Música – OPESP – Concertos para todos, da Associação Orquestra Parasinfônica do Estado de São Paulo. (R$ 1 milhão).
Não houve patrocínio para projetos de Patrimônio. Em 2022 foram 42 projetos patrocinados e posicionou-se em 3º lugar na lista de maiores patrocinadores.
AGCO (RS)

2022: 3.289.181
2023: 5.944.635
Quem é: Multinacional norte-americana fabricante de máquinas agrícolas das marcas Challenger, Fendt, GSI, Massey Ferguson e Valtra. Fornece soluções agrícolas para agricultores em todo o mundo.
Perfil de patrocínio: Havia parado de utilizar lei de incentivo em 2015, mas a partir de 2022 voltou ao patrocínio por meio da AGCO Soluções Agrícolas.
Naquele ano apoiou ações como Instituto Gerando Falcões, Caravana de Natal, Return Film Festival, Preservação e difusão da Memória APHC 2023, Comida (média metragem) e Clave de Sol (empreendedorismo). Foram aplicados R$ 3,2 milhões, com destaque para “Clave de Sol”, de iniciação musical para crianças de diversas partes do Brasil através do estudo da flauta-doce.
Mas o ano de 2023 foi muito mais produtivo em termos financeiros e em número de projetos. No ano aplicou R$ 5,9 milhões em 16 ações, sendo Artes Cênicas a área mais beneficiada, com iniciativas do tipo Fenasoja Cultural, Universo Metaverso (teatro), Minha Primeira Infância, Polo Cultural Gerando Falcões – 7ª edição e Vivências Culturais.
Apoiou ainda projetos de Música, Audiovisual e Humanidades.
Foi a maior patrocinadora desse nicho em 2023.
BOM FUTURO (MT)
2022: 1.762.520
2023: 5.300.000
Quem é: Desenvolve planejamento estratégico das atividades em 7 áreas; agricultura, pecuária, piscicultura, sementes, energia, aeroportuário e imobiliário. Pertence à família Maggi.
Perfil de patrocínio: Foco principal está em planos anuais de atividade de institutos que desenvolvem ações socioculturais. O que fez a diferença em 2023 foram os R$ 2,8 milhões que destinou para o Instituto Ciranda – Música e Cidadania, que oferece aulas e oficinas permanentes de técnica de instrumentos musicais de orquestra, teoria musical, ensaios, recitais e palestras de formação cidadã.
Apoiou outros institutos com foco semelhantes, mas com valores menores. Destinou R$ 300 mil para o Sapezal cantando e dançando o Pantanal, de apresentação de Dança.
2022: 3.398.789
2023: 4.347.705
Quem é: Produz máquinas agrícolas com tecnologia de ponta. Atua em todo o território nacional e está presente nos cinco continentes exportando para mais de 35 países.
Perfil de patrocínio: É apoiador da cultura regional gaúcha nos segmentos de Artes Cênicas e Música. Seu foco principal está no município Não-me-toque e região.
Sua maior aplicação em 2023 foi ao projeto Música Regional Brasileira Para Todos (R$ 964 mil), com espetáculos de música do sertanejo regional de abrangência nacional e de música regional do sul.
Patrocinou três projetos de Dança e três de Teatro e uma de Teatro de Formas Animadas Mamulengo Bonecos, chamado Deixe seu Legado.
Muitos dos proponentes são empresários individuais.
2022: 1.310.000
2023: 2.600.000
Quem é: É especializada na fabricação de equipamentos agrícolas. Atualmente produz e comercializa maquinário para a pulverização de defensivos agrícolas.
Exporta para mais de 80 países e tem instalações nos EUA, Argentina e Tailândia.
Perfil de patrocínio: Planos anuais do Artes em Pompéia e da Casa de Vovó Dedé não saem de seu portfólio de patrocínio.
Não é de apoiar muitos projetos por ano. Em 2023, além daqueles dois, apareceu o Estações Vivace: em cada parada uma experiência musical.
Mas quase toda sua verba vai para o Artes em Pompéia, cujo proponente, a Associação Oásis de Pompeia, oferta oficinas de Música e Dança. Pompéia é o município-sede da empresa.
2022: 1.547.996
2023: 2.153.019
Quem é: Concessionária de máquinas agrícolas ligada à família Baggio. É representante da John Deere.
Perfil de patrocínio: Sua preferência principal está no segmento de Circo, mas em 2023 direcionou R$ 452 mil para o projeto Oficina de Teatro Sustentável, com aulas de artes cênicas e a montagem, em cada turma, de uma peça sobre os ODS, objetivos de desenvolvimento sustentável.
Mas todo ano patrocina um projeto de Circo. Em 2023 foi o Festival de Circo, com oficinas para crianças, que recebeu da empresa o generoso aporte de R$ 1,7 milhão. Outras empresas do Grupo Baggio também contribuem.
2022: 950.000
2023: 1.525.686
Quem é: Cooperativa agroindustrial localizada em Guarapuava (PR), cujas principais culturas produzidas pelos cooperados são soja, milho, trigo e cevada.
Tem 708 cooperados e faturamento de R$ 7,8 bilhões.
Perfil de patrocínio: Historicamente, seu principal “cliente” é a Fundação Cultural Suábio-Brasileira, que todo ano recebe verba da empresa. Em 2023 foi R$ 1,2 milhão.
O mesmo acontece com a Associação do Parque Histórico de Carembeí, que no ano recebeu R$ 200 mil. Até 2021 estava nesse grupo o Plano Anual de Atividades do Centro Cultural Castrolanda.
Em seu lugar, em 2023, surgiu o Trip Teatro e os 200 anos da imigração alemã no Brasil
Em 2022 somente a FCSB tinha recebido patrocínio.
2022: 825.900
2023: 1.154.650
Quem é: Reúne mais de 30 mil cooperados integrados em 73 regiões produtoras nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Perfil de patrocínio: Com aplicação em cultura incentivada desde 2014, tem ultimamente demonstrado interesse em duas ações que envolvem a cultura ucraniana.: Volênia — Arte e Cultura Ucriana — II Edição e Vesná – Cultura Ucraniana em Movimento — V Edição.
Em 2023 também se envolveu também com a cultura japonesa ao patrocinar o 3º Nippon Festival Bom Odori.
2022: 600.773
2023: 860.000
Quem é: É a maior cooperativa de proteínas do Brasil.
Perfil de patrocínio: Começou a utilizar lei federal de incentivo em 2022 apoiando três ações, sendo duas com proximidade ao seu negócio: Museu do Suíno: Pesquisa e Comunicação dos Acervos (R$ 60 mil) e História, Memória e Tradição na Casa do Cooperativismo (R$ 150 mil). Porém, maior aplicação foi em Arte e Cultura Encantada, que teve apresentações de espetáculos de artes cênicas, circo, música instrumental e música popular, para público infantil e adulto.
Em 2023 foi mais além, com nove projetos patrocinados. Dois também se referiram a cooperativismo, mas com pouca verba.
2022: 649.600
2023: 706.000
Quem é: Grupo formado por 12 empresas espalhadas por diversos Estados. É fabricante de fertilizantes e adubos.
Perfil de patrocínio: Grupo utiliza a renúncia fiscal de suas diversas empresas, não importa de onde seja, para patrocinar projetos do Paraná. Algumas apoiam coisas diferentes, mas todas contribuem para a Festa Nacional do Tropeiro.
Fertipar Sudeste foi quem mais colaborou com ações como Caravana Cultural (Teatro); Ubuntu e Qualificação Interativa do Espaço Cultural da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (Exposição); Caixa de Leonardo da Vinci (doação ou aquisição de acervo), além da Festa Nacional do Tropeiro.

INVESTIRAM MENOS (R$)
2022: 3.249.590
2023: 1.824.131
Quem é: Gigante da produção agrícola brasileira, foca principalmente em algodão, soja, milho e foi uma das primeiras empresas brasileiras do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores no mundo.
Opera 16 fazendas em seis Estados.
Perfil de patrocínio: Foi apontada como nº 1 do setor do agro em 2022 pela revista Exame, com lucro líquido de 1,3 bilhão de reais. Mesmo assim sua aplicação em cultura durante 2023 foi menor em relação ao ano anterior.
Apoiou 4 ações de Teatro, com destaque para o AGROeDUCA (R$ 479 mil), dois de doação de acervos e um de Música (Ouviravida).
Muito pouco para tanto lucro, mesmo tendo utilizado a SLC Comercial de Máquinas para auxiliar na aplicação.
MAQNELSON AGRÍCOLA (MG)
2022: 1.037.366
2023: 842.616
Quem é: Foi uma das pioneiras na mecanização agrícola do Brasil, junto com sua parceira John Deere. Está presente nas cidades de Araguari, Uberlândia, Patrocínio, Patos de Minas, São Gotardo, Uberaba, Frutal, Ituiutaba e no Estado de Goiás, nas cidades de Quirinópolis, Itumbiara, Catalão e Goiatuba.
Perfil de patrocínio: Em 2022 patrocinou sete ações de Artes Cênicas, envolvendo duas de Dança, três de Teatro e duas de Circo.
Já em 2023 foram somente duas. PRO – MalaBikeArte, de Circo, com apresentações em escolas públicas no interior de Minas, e Sementes do Amanhã, que visou promover a inclusão cultural e o convívio social de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
A este empresa destinou a maior verba: R$ 727 mil.
VENCE TUDO (RS)
2022: 875.000
2023: 820.000
Quem é: A Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo, situada no município de Ibirubá, conta com mais de 20 produtos na linha de plantio, colheita e transporte da produção. A origem do nome veio do conceito “VENCE TUDO: Vence na planta, Vence na Limpeza da lavoura e Vence no rendimento da colheita.”
Perfil de patrocínio: Sou do Sul, com performances de teatro pelo interior do Estado, e Baú Literário, de doação de acervos, são projetos constantes ultimamente.
Mas em 2023 foram agregados Lendas do Sul, evento com música, dança e teatro e personagens que resgaram a cultura sul-rio-grandense, além de Terra e Cultura, de Música Instrumental.
É patrocinador bem regional.
KEPLER WEBER (RS)
2022: 2.045.787
2023: 805.000
Quem é: Com capital aberto desde 1980, atua no setor de agronegócio, na etapa pós-colheita da cadeia produtiva de grãos.
Perfil de patrocínio: Classificada em segundo lugar na pesquisa Maiores e Melhores 2021 da revista Exame no segmento de agronegócio, a Kepler tem um histórico de patrocínio que vem desde 2002.
Saltou de aplicação de R$ 250 mil em 2021 para R$ 2 milhões em 2022, beneficiando seis ações de Artes Cênicas, um de Música e um de Humanidades. Sua maior aplicação foi para o Cine Viajante (Audiovisual), com R$ 399 mil.
Em 2023, pela primeira vez depois de vários anos, não aplicou no Semente Mágica, que levava apresentações musicais para escolas públicas de Panambi, município onde fica a sede da empresa.
Preferiu apoiar menos projetos com verbas maiores, entre eles Cócegas no Coração: relações mais afetivas no ambiente escola, Alegria da Arte (Teatro Musical), Cinema para Todos e Histórias e Sentimentos (Humanidades). Média de aplicação foi R$ 200 mil.
2022: 1.195.425
2023: 659.580
Quem é: É um dos maiores grupos de concessionários John Deere da América Latina.
Perfil de patrocínio: É patrocinador bem regional, e quase tudo gira em torno de Cascavel, município onde tem sede.
Adota a política de patrocinar bastante projetos com verba pequena. Em 2023 foram 19 ações do tipo Festin Paraná, Tem Palhaço no Trânsito, Boa Vista FM Educação e Cultura, Cultura Sertaneja, Samba do Sabadão e Capoeira e Cidadania na Roda da Vida.
Foram quatro projetos de Artes Cênicas, um de Artes Visuais, sete de Audiovisual, seis de Música e um de Patrimônio. Maior verba foi para Cultura Gospel (R$ 133 mil).
FS AGRISOLUTIONS (MT)
2022: 1.528.623
2023: 344.000
Quem é: Grupo trabalha com os mercados de etanol, nutrição animal, óleo de milho, energia, milho, biomassa e carbono.
Perfil de patrocínio: Grupo voltou ao patrocínio em 2022 por meio dessa empresa beneficiando oito projetos nos segmentos de Artes Cênicas (6), Artes Visuais (3), Audiovisual (1) e Humanidades (1).
Maior verba foi para o Mundoteca, de Humanidades, mas em 2023 somente uma ação foi patrocinada – o Festival Virada Sustentável (SP), com R$ 344 mil.
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS JAN (RS)
2022: 910.000
2023: 310.000
Quem é: É fabricante de máquinas e equipamentos para agricultura e pecuária.
Perfil de patrocínio: Teve aumento significativo na aplicação em 2022, mas diminuiu a um terço em 2023, patrocinando somente três projetos: Junina (Dança), um desfile de Escola de Samba (local) e Turnê Orquestras do Sul, que apoia regularmente.
Em 2022 foram seis projetos apoiados, sendo maior verba para reforma do Centro Cultural Franciscus Johannes Stapelbroek.
NUTRINOVA (SP)
2022: 600.000
2023: 300.000
Quem é: Sua Razão Social é Marchand Agrícola e Pecuária. Dedica-se à produção e comercialização de aditivos para a produção animal. É um grupo português.
Perfil de patrocínio: Começou a utilizar lei federal de incentivo em 2022 apoiando a Casa do Bom Menino de Arapongas, com R$ 600 mil.
Em 2023, além daquela instituição, patrocinou também o plano anual de atividades da Associação Cultural e Social de Nova Mutum com R$ 30 mil – o restante foi para a Casa do Bom Menino.
PARECIS MÁQUINAS AGRÍCOLAS (MT)
2022: 270.000
2023: 150.000
Quem é: Empresa do Grupo Jacy Miguel Scanagatta, pioneiro desde o ano de 1967 na venda de máquinas e implementos agrícolas no Estado do Paraná. É representante da New Holland.
Perfil de patrocínio: Em 2023 apoiou apenas um projeto – a Temporada do Vira-Lata em Curitiba, de oficinas teatrais.
Em 2022 patrocinou a Mostra Paranaense de Dança, Pipocas no Jardim dos Sonhos (Teatro) e o Plano Anual de Atividades Fundação Canal 20.

NÃO APLICARAM EM 2023
SUPER TRATORES (RS)
2022: 260.000
Quem é: É um dos mais tradicionais distribuidores New Holland no Brasil.
O que preferiu: Até 2020 suas aplicações não ultrapassaram R$ 60 mil por ano; saltou para R$ 107 mil em 2021, enviado para o Plano Anual Orquestra Jovem Recanto Maestro.
Em 2022 apoioU aquela orquestra e um evento de teatro chamado A Caixa do Tempo II, do Instituto Pangea.
Passou em branco durante 2023.
AGRO AMAZÔNIA (MT)
2022: 2.013.880
Quem é: Subsidiária da japonesa Sumitomo, é uma das principais distribuidoras de insumos agrícolas e pecuários do país.
O que preferiu: Saltou de R$ 400 mil em 2021 para R$ 2 milhões em 2022 apoiando eventos como Circuito Cultural no Centro Oeste, produção audiovisual chamada Terra que alimenta e o Festival Cinegastroarte Itinerante – Segunda Edição.
Nada aplicou em 2023, mas em 2024 há registro de R$ 40 mil para o projeto Teatro dos ODS.
UPL DO BRASIL (SP)
2022: 1.061.801
Quem é: Reúne toda a cadeia de produção de alimentos – desde os agricultores, até os supermercados e consumidores
O que preferiu: Em 2018 aplicou R$ 314 mil no evento A Vida Canta, de Música Erudita.
Voltou ao patrocínio só em 2022, aplicando R$ 1 milhão em quatro ações envolvendo duas de Preservação (Museu e Memória), um de Humanidades (Plantando Vida) e outra de Patrimônio.
Maior verba foi para o Plantando Vida (R$ 341 mil), livro escrito e ilustrado em conjunto por jovens escritores, entre 13 e 18 anos, em vulnerabilidade social. Empresa pagou a totalidade do projeto.
BALDAN (SP)
2022: 600.000
Quem é: Fabricante de implementos agrícolas, com sede em Matão, interior paulista.
O que preferiu: O único ano em que utilizou lei federal de incentivo foi 2022, quando destinou R$ 400 mil para o Plano Anual de Atividades do Instituto São Paulo de Arte e Cultura 2023.
Outro projeto foi o Acerte no Cinema Santa Catarina, para construção de estrutura móvel de cinema itinerante. Valor aplicado: R$ 200 mil.
ADAMA BRASIL (PR)
2022: 600.000
Quem é: É uma das líderes mundiais em proteção de cultivos, pertencente ao Syngenta Group, do grupo chinês ChemChina. A Adama Brasil representa cerca de 15% dos negócios do grupo.
O que preferiu: Houve um largo período de transições corporativas nos últimos 10 anos. Última aplicação havia sido feita em 2019, com verbas dirigidas para seu próprio instituto e para a Fundação Suábio-brasileira.
Voltou somente em 2022 aplicando R$ 600 mil no seu Instituto Adama.
IHARA (SP)
2022: 3.454.845
Quem é: Produz fungicidas, herbicidas, inseticidas, nutrientes, produtos especiais, domissanitários e fumigantes.
É empresa brasileira com 100% de capital japonês.
O que preferiu: É surpreendente que nada tenha aplicado em 2023, pois empresa possui longo histórico de utilização da lei federal de incentivo desde seus anos iniciais.
E mais ainda porque 2022 foi o ano em que mais utilizou verba com o propósito de patrocinar 11 projetos envolvendo Circo, Teatro Musical, livro de valor humanístico e oito ações de Música, entre elas Disney in Concert, POA Jazz Festival, Jazz All Nights e vários outros nessa linha.
Em algumas iniciativas gostava de aplicar seu próprio nome, como o Festiva Ihara de Cultura Regional, uma série de eventos culturais de valorização de duas culturas que contribuíram para a formação do amplo mosaico que compõe a identidade nacional brasileira: a cultura gaúcha e a cultura japonesa. Bancou a história toda com R$ 1 milhão.
USINA CERRADINHO NEOMILLE (GO)
2022: 230.000
Quem é: A Cerradinho Participações S/A controla a atuação de empresas com atuação nos setores de bioenergia, propriedades rurais e atividades agrícolas.
O que preferiu: Tem ligação com lei federal de incentivo desde 2003 e sua maior aplicação foi feita em 2021, quando R$ 552 mil foram destinados para Teatro em formação 2ª edição, Ponto da Moda segunda edição e Núcleos de Cultura (Música).
Em 2022 houve queda na aplicação. Somente o Plano Anual de Atividades do Instituto São Paulo de Arte e Cultura 2023 e o Dançarte foram patrocinados, este com R$ 199 mil.
*É Editor-Chefe de VALOR CULTURAL/Marketing Cultural, que têm entre seus propósitos dar visibilidade a bons projetos ou ações, valorizar empresas que praticam patrocínios conscientes e apontar aquelas que fingem ser o que não são no campo da Responsabilidade Social.
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