Reunidas em desfile, aquelas moradoras da terceira maior comunidade de São Paulo, a Vila Nova União, exibiram com orgulho suas bolsas, mochilas, biquínis, acessórios de praia e vestuário infantil que aprenderam a fazer durante o curso de empreendedorismo chamado CosturAção.
Após seis meses de aulas, duas vezes por semana, elas já estavam prontas para fabricar suas peças e comercializá-las via microempresa criada e gerida por elas mesmas.
“O projeto foi um sucesso e eu estou muito feliz de ver os resultados. Quem mais ganha com esse tipo de ação somos nós mesmos e por isso estamos cheios de ideias para 2023. Já estamos planejando a segunda turma e a expansão do projeto para outros estados. Vem muita coisa boa por aí”.
Quem disse isso foi Concheta Feliciano, diretora de Marketing da Singer para a América Latina, porque foi a empresa que aplicou a ideia do curso, juntamente com a AVRA, Organização da Sociedade Civil (OSC), especializada em capacitação. Durante o período as alunas tiveram aulas de gestão, empreendedorismo, marketing e vendas para que pudessem compreender com clareza o funcionamento de uma microempresa.
A Singer encontrou nessa ação uma fórmula para tornar o produto que ela vende em ferramenta para transformar vidas em comunidades, buscar reconhecimento da marca e, de certa forma, estimular o empreendedorismo, o empoderamento feminino e a geração de emprego.
Uma das alunas foi presenteada por sua participação e disse: “Chegar no final é maravilhoso, pois no começo foi muito difícil. Sempre quis empreender, mas tinha medo e achava que não era capaz”.
Outra aluna destaque foi Patrícia Cardoso, premiada com uma máquina de costura. Ela foi escolhida por todas as alunas a receber o prêmio por sua dedicação e superação. “Não sabia o potencial que eu tinha e do que eu era capaz. Agora sabemos que podemos mais. Minha filha á autista e eu quase não consegui concluir o curso por conta do tratamento dela. Mas, eu venci para dar o exemplo para ela e hoje estou aqui para mostrar que eu sou uma profissional agora e que ela pode se orgulhar de mim.”, declarou com lágrimas nos olhos.
São depoimentos relevantes, mas, como disse a diretora de Marketing, “quem mais ganha com esse tipo de ação somos nós mesmos”.
SINGER – Empresa já está com 171 anos e é líder mundial na fabricação de máquinas e acessórios de costura domésticos e industriais, com sede em La Vergne, no Estado do Mississipi (EUA). Quem criou a máquina de costura foi Isaac Singer em 1850 e no ano seguinte abriu a primeira fábrica na Alemanha. No Brasil, seu primeiro ponto de venda foi criado em 1860 na rua do Ouvidor (RJ).
Há registro de patrocínio à cultura feito pela empresa nos anos de 2011 e 2012, com utilização da lei federal de incentivo, quando aplicou no total R$ 100 mil nos projetos Cultura Brasil, que visava desenvolver cultura nas comunidades da Zona Norte e Zona Oeste do Rio de Janeiro por meio de ação teatral; e a peça Toda Donzela Tem um Pai que é Uma Fera. Depois, mais nada.
*É Editor-Chefe de VALOR CULTURAL/Marketing Cultural e Perfil de Patrocinadores, que têm entre seus propósitos dar visibilidade a bons projetos ou ações, valorizar empresas que praticam patrocínios conscientes e apontar aquelas que fingem ser o que não são no campo da Responsabilidade Social.