Quase 20 anos depois, os 11 Mandamentos de Steffen Kanitz sobre Responsabilidade Social das Empresas, publicado pela revista Marketing Cultural Online em novembro de 2004, continuam mais atuais do que nunca. Ou não?
Embora nem lembrasse mais dessa publicação, pensamentos que considerava originais em vários artigos que escrevi nesse espaço, desconfio agora que alguns deles devem ter sentado morada em algum canto da minha memória. Ou talvez, o que me agradaria mais, sejam apenas visões coincidentes sobre a relação das empresas com o 3º Setor.
O certo é que o criador da Rede Filantropia, e Mestre em Administração de Empresas pela Harvard Business School, exprimiu conceitos que até hoje podem servir de parâmetro para muitos executivos que creem que Responsabilidade Social é tarefa das empresas.
O arquivo com o artigo de Steffen Kanitz está no final desse texto, e recomendo a leitura integral, mas separei alguns pensamentos que servem como “aperitivo” dos 11 Mandamentos Sobre Responsabilidade Social. Quem concorda com todos eles?
> Dar aula de inglês para moradores de favelas só porque você é uma cadeia de escolas de inglês, não é resolver o problema do Terceiro Seto Pode ser uma forma de resolver o seu problema na área social, com o menor esforço.
> Assumir uma responsabilidade social é coisa séria. Creches não mandam embora órfãos porque a diretoria mudou de ideia.
> Os verdadeiros socialmente responsáveis têm sido as entidades; as empresas não chegam nem perto de merecer esta designação.
> Entidades têm no social seu “core business”, dedicam 100% do seu tempo, 100% do seu orçamento para o social. Sua empresa pretende ter o mesmo nível de dedicação?
> Sua empresa estaria disposta a morrer pela sua causa social? A maioria das empresas, ao primeiro sinal de recessão, corta 30% da propaganda, 50% do treinamento e 90% dos projetos, justamente quando os problemas sociais tendem a aumentar.
> Afirmar que o projeto social é custeado pelo lucro da empresa, e não entra como despesa, não convence ninguém. O lucro pertence aos acionistas, não aos executivos.
> Consumidor não é bobo. Ele sabe que o projeto social alardeado pela empresa está embutido no preço do Ninguém dá nada de graça. Isto todo consumidor sabe de cor.
> Irresponsável é a empresa que faz produtos caros, sem qualidade, destruindo o meio ambiente, sendo incorreta com seus inúmeros parceiros e sonegando impostos.
> As empresas deveriam ouvir primeiro antes de oferecer milhões para as entidades tocarem projetos concebidos pelo seu departamento de marketing. Poucas entidades resistem à tentação de uma parceria, mesmo quando invariavelmente signifique que tenham de mudar de rumo.
> O espírito do Terceiro Setor é “servir o outro”, e isto significa perguntar primeiro: “O que vocês precisam”?
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